sábado, 23 de agosto de 2014

Filhos assistiram diretor do CDP ser metralhado em Praia Grande


O fuzilamento do diretor de disciplina do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande, Charles Demitre Teixeira, de 30 anos, no Jardim Real, foi assistido pelos filhos da vítima.
Ao chegar na Rua Norberto Florêncio dos Anjos, onde morava, o diretor de disciplina deu seta para entrar na garagem de casa, que já estava com o portão aberto, pois a sua mulher conhecia seus horários, mas teve o carro fechado por um veículo prata.

Sem tempo para tirar o cinto de segurança, Charles viu a aproximação de dois marginais armados com um fuzil e uma pistola .40, Foram 46 tiros de fuzil e 15 de pistola. Tudo na frente de dois dos quatro filhos da vítima e outras crianças que brincavam na tranquila rua do bairro.

Devido ao cargo que ocupava e às ameaças que recebia, Charles tinha a seu dispor escolta policial e a utilizava com frequência. Porém, poucas horas antes de sair do CDP avisou que não precisaria do acompanhamento. “Vamos apurar isso também junto a secretaria do CDP”.

Terceiro atentado

Este foi o terceiro atentado contra agentes penitenciários da mesma unidade em menos de uma semana. O diretor foi executado na noite de quinta-feira, na porta de casa, com mais de 60 tiros e na frente de dois filhos, um menino de 11 e uma menina de 9 anos.

Antes, na madrugada do dia 15, um agente penitenciário de 45 anos, lotado no CDP de Praia Grande, mas morador em Mongaguá, foi baleado pelo companheiro de profissão Paulo Alexandre Ribeiro Rosa, de 44 anos, por motivos ainda não esclarecidos.

Na manhã do mesmo dia, enquanto a vítima permanecia internada em estado grave, Paulo Alexandre foi encontrado morto, próximo ao CDP, com as mãos amarradas e o rosto coberto por um pano. Ele foi assassinado a pedradas.

Tal onda de violência provocou uma sensação de insegurança nos demais agentes penitenciários da unidade, que não sabem se há relação entre os fatos ou se os crimes estariam sendo orquestrados por alguma facção criminosa.

O receio é tanto que na sexta-feira, após o assassinato de Charles, os agentes penitenciários que haviam encerrado o expediente às 7 horas só deixaram o CDP após três horas.

Segundo o delegado titular da Delegacia Sede do Município, Aloízio Pires de Araújo, todas as suspeitas serão devidamente investigadas. Inclusive a suposta participação de facção criminosa. Contudo, ele ainda não enxerga relação entre os crimes.

“Não acredito em ligação. Principalmente pela forma com que o Paulo Alexandre foi assassinado (a pedradas). Isso vai na contramão dos bandidos de facções. Já em relação ao Charles, ele vinha recebendo ameaças, mas isso é normal na função que exercia”, disse.

“Vamos ver quais foram os presos que ingressaram e saíram do CDP recentemente e se houve problemas internos em relação a disciplina que possa ter gerado o desejo de vingança. As informações são de que ele era um funcionário rigoroso nas suas funções e esse comportamento pode ter lhe trazido alguns inimigos”, acrescentou Aloízio.


fonte: A Tribuna
créditos: Bruno Lima



 



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